segunda-feira, 25 de julho de 2022

Meditando com o auxílio das MANDALAS TIBETANAS

                              Livro Galeria Celeste de Romio Shrestha

                                                                                                       Prefácio  por Deepak Chopra

                                                         

'Uma grande obra de arte é uma porta em direção ao divino. As pinturas desta Galeria Celeste é inspirada na antiga sabedoria das tradições hinduístas e budistas, que, depois de séculos, exprimem determinadas ideias espirituais, as mais profundas da humanidade.

 Nesse mesmo tempo, essas imagens magníficas transcedem totalmente seu lugar de origem. Como expressões  arquetípicas de uma visão liberada, essas pinturas refletem em última instância o nosso potencial intrínseco: a possibilidade de uma liberdade espiritual total, a iluminação. 

   Romio Shrestha vem de uma longa linhagem de visionários  do Himalaia, que vêem a arte como a revelação de verdades transpessoais, e não  do ego individual. A Galeria Celeste de Romio convida o espectador a conhecer um mundo onde as qualidades espirituais latentes se manifestam plenamente. 

   Ao contemplar tais pinturas extraordinárias, nós somos transportados para as profundezas da psique - um lugar onde tudo é possível. Tais pinturas representam um reinado visionário  de divindades pacíficas  e coroadas, conhecidas pelos budistas pelo nome de sambhogakaya (corpo de satisfação  perfeito).

   Contemplar essas formas divinas e sombrias nos prepara para uma vida mais rica, assim como no período subsequente à morte, onde os estados de consciência que essas divindades representam se manifestam espontanêamente em um reinado intermediário,o qual era chamado pelos tibetanos de bardo. É nessa dimensão  visionária que a alma transita antes de dar um salto quântico em uma nova expressão criadora, em um outro corpo, um outro tempo e um outro lugar.

  As pinturas da Galeria Celeste representam os Bodhisattva (seres que trabalham para a iluminação  de todos os seres, não  apenas deles mesmos, os quais juram não entrarem no Nirvana até que todos os seres entrem juntos no Nirvana.)*Nirvana ( estado de paz e tranquilidade alcançado através  da sabedoria.)e as divindades budistas; esses não são deuses distantes da nossa existência, mas sim os reflexos de diferentes estados de consciência. Os budas Taras (divindades femininas que simbolizam a sabedoria que discerne agudamente como um raio)e outras divindades pacíficas  representam os estados de consciência sublimes, ao passo que as formas coroadas ou sombrias representam nossas tendências profundas ao ressentimento, à inveja, ao ciúme, à posse, à avareza e à culpabilidade. Enquanto nós não estivermos em contao com nossas próprias energias, as sombras irão se exprimir de maneira patológica (alterações fisiológicas  ou anatômicas que podem configurar alguma doença) . Todavia quando abordamos conscientemente essas forças poderosas nos tornamos mais tolerantes com nós mesmos e com os outros, e assim podemos transformar essas energias em expressão criativa. Da mesma maneira, as dinvidades estáticas, retratadas em uma união sexual representam a transmutação da paixão em uma força de despertar espiritual - a reintegração  harmoniosa das energias femininas e masculinas que fascinam o universo inteiro. Finalmente, o percusso espiritual leva à euforia bem-aventurada do espírito e ao êxtase original incarnado nessas formas simbólicas.

   A Galeria Celeste é composta por várias pinturas de mandalas- representações  visuais de mantras, de sons sagrados. Conforme a literatura védica antiga, o universo inteiro é uma expressão  da consciência pura, que vibra inicialmente como som, para depois finalizar como forma. Essa visão  da realidade é coerente com a que a física nos ensina: mesmo as partículas subatômicas e a estrutura do espaço-tempo, a gravidade e as forças eletromagnéticas não são mais que a vibração de supercordas (vibrações unidimensionais do nada).Essas vibrações corresponde ao que os budistas chamam de sunyatã,as vibrações multidimensionais do vazio. As mandalas são expressões visuais de motivos vibratórios que estruturam o mundo material. Quando vocês meditam diante de uma mandala, vocês viajam rumo ao seu interior, do mundo material para o domínio quântico e, para finalizar, até o mundo virtual de pura potencialidade. Identificando-se com os mundos minuciosamente figurados em uma mandala e à origem primordial no seu centro, pode-se ampliar suas experiências no universo em que se vive.

   Nas práticas meditativas do budismo tântrico, os praticantes criam mandalas em suas próprias consciências, e as formas pintadas servem de suporte para um processo interior de transformação mental e espiritual. Eu sempre utilisei tais mandalas nas minhas próprias meditações, nas quais eu encontro o reino dos seres divinos e assim mobiliso as energias desse reino para minha vida cotidiana. As mandalas e os reinos visionários são convites direcionados à inserção  em um mundo ilimitado. Nesse contexto, a arte - sua criação, assim como sua contemplação - é um meio de descobrir nosso potencial pleno, a divindade em nós. 

Como se preparar p/ a meditação  com as MANDALAS TIBETANAS:

Assim que você for contemplar as pinturas da Galeria Celeste, deixe para trás as preocupações da vida quotidiana: compromissos,preocupações,sonhos/desejos/objetivos/aspirações, etc. Esolha um lugar onde não seja muito claro, idealmente na penumbra, comece a observar a mandala partindo das bordas em direção ao centro, e em seguida, em direção ao bindu (ponto ao centro absoluto que representa o infinito). Tenha uma atenção não focalizada, não concentrada, que lhes convide espontaneamente ao santuário  interior da mandala, e finalmente, passando pelos sagrado do sagrado, no vazio infinito. Antes de fechar o livro, feche os olhos e deixe as imagens continuarem a envolver a sua mente.   

  Medite diante dessas pinturas e um novo mundo se abrirá  a você. Inicialmente, você encontrará um reinado interior que até agora esteve escondido,e assim,você será  capaz de viver esse mesmo mundo milagroso todos os dias na sua vida. 

   Perceba que a galeria celeste não se trata de uma galeria com muros nem telhados, ela se estende até as profundezas da mente e do universo. Nós  somos os artistas do nosso próprio destino, e as pinturas apresentadas no livro Galeria Celeste são somentes etapas de uma jornada sem início e nem fim. O artista se mistura na sua própria arte, assim como àqueles que a contempla profundamente.

   Reconheça a alma do seu ser de luz, de pura consciência, que é pura potencialidade, pura criatividade. Ao manifestar em si a infinidade de formas contidas na Galeria Celeste, reconhecemos progressivamente que mundos infinitos vão e vem ao seio da vasta amplitude do nosso próprio ser. Por fim, como disse Bhagavad-Gita: "quando eu retorno a mim mesmo e que eu manifesto diferentes formas, eu percebo que eu não  estou no universo, mas que o universo está em mim."

   Eu não estou neste corpo, este corpo está em mim; Eu não  estou nesta mente, esta mente está  em mim. E voltando a mim, eu crio a experiência da mente, do corpo, do universo e de todos os reinos infinitos. Isso é a iluminação : saber que o universo/ o Todo é uma projeção do meu próprio ser e que eu crio em mim o enredo e a textura de tudo isso que existe.

       


 

  

 




 

2 comentários:

  1. Oiê Grazie! Gostei do livro! Parabéns pelo canal e pelo blog. Tô sempre lá contigo e agora,por aqui .Em 2015 vi um vídeo do Deepak que foi um divisor de águas na minha vida. Um sobre meditação e pós morte. Eh isso aí. Tmj!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Eugênia! Merci pelo comentário e obrigada pela 'companhia' (rsrsrs) Tmj. na mesma jornada, por sinal passageira. Abraço!

      Excluir